sábado, abril 02, 2005
A FALSA DEMOCRACIA RACIAL

            Tudo começou quando os poderosos africanos exploraram sua população miserável. Logo ocorreu a banalização da escravidão negra por todo mundo, destacadamente pelo branco europeu. Séculos após a escravidão acaba. Mas e o racismo?
            Hoje, muitos brasileiros conservam conceitos de uma mentalidade arcaica, onde se põem em evidência considerações que levam em conta como fator humano, a diferenciação racial. Pode ser culpa de uma má formação familiar baseada, muitas vezes, numa tradição, que trás do passado errados conceitos. Aqueles que garantiam os privilégios dos mais ricos, oprimindo assim os mais pobres (especialmente os negros).
            Vítimas de uma hipocrisia massificante, alvos das mais diversas exclusões, o negro tem maiores dificuldades para se estabelecerem socialmente. O fato é constatado pelo alto índice de desemprego entre o mesmo, as baixas condições de educação, saúde, etc. Estatisticamente superando quando comparado à população branca.
            Vê-se o desafio que é ser negro no Brasil. O racismo, hoje, é silencioso, pois a maioria das pessoas prefere evitar o assunto. Vivemos o grande mito da democracia racial, a mesma que embole toda a sólida injustiça com o negro.
            Enquanto todos não enxergarem toda ilógica do preconceito e toda debilitação que trás consigo, o Brasil não terá sua evolução concreta. O negro deve ter iguais condições humanas para esboçar suas capacidade. O que falta é a atuação de toda "massa discernente" para que de forma breve o negro deixe ser o que foi no passado, e o que ainda é. Tendo o fiel direito às práticas da isonômia.
sexta-feira, março 25, 2005
      
Circo sem pão


             O lema do homem moderno é a velocidade e o dos miseráveis, qual é? Uma refeição completa para muitos destes é sinônimo de luxo. Diante dessa dicotomia social se apresentam as incoerências do dever ético estatal. Não seria o Estado responsável por uma tal de ordem e progresso?
             Paradoxalmente ao teórico, o Estado nutre-se de sua própria anemia. Ou seja, a funcionalidade dele acontece pela exploração das mãos-de-obra mal remuneradas e pela concentração de poder da minoria que o guia de acordo com seus interesses. E o que ocorre é o fato dos interesses dessa minoria serem baseados na ganância, na hipocrisia e no descaso com os que mais necessitam de auxílio. Assim, a fome se torna conseqüência lógica desse processo em que a ética é sobreposta pelo parasitismo social.
             Enquanto milhões são investidos em turismo, vias pouco úteis e analisadas, "marketings eleitoreiros", pouco se é destinado em prol dos famintos da seca nordestina, dos moradores de rua, das barrigas d'água, da penúria. Nem ao menos se é priorizada a questão educacional cuja sua melhoria e estruturação aniquilaria boa parte dos contrastes e dificuldades de se alcançar o direito à dignidade. Direito que deveria ser dado a todos, mas só é priorizado àqueles que possuem alguma base cultural ou econômica.
             Por esses traços escrevem-se todos os dias novos óbitos pela fome. Severinos são exterminados por "Maurícios" vampirizados pela ambição. Assim, até que haja tanta má distribuição de renda, falta de mobilização social, e enquanto toda verba estatal for respaldar aquilo que serve para poucos, sempre haverá pratos vazios. E os mortos pela falta de acesso à comida continuarão a ser mera estatística.